quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pedido

Te pego
Te mordo
Te sugo
Te engulo
Te como
Te cheiro
Te agarro
Te degluto
Te aspiro
Te incorporo
Te sinto
Te guardo
Te amarro
Te chupo
Te aperto
Te trago
Tudo pra esquecer, da possibilidade de te esquecer.
E você por tudo que há de mais belo no mundo - não me esqueça.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O MELHOR DA FEBRE É O DELÍRIO

Sim, o melhor da febre é o delírio
Mas no rastro da sombra que deixaste
Caminho com a tristeza
Bebendo chuva e lágrimas

Até o céu já conhece essa cena...

Quando houvera querer, pairava a serenidade
E o perfume fresco que nutria o espírito
Era qualquer coisa de um pedaço de ti

Qualquer coisa...

Agora, enquanto deliro em febre trôpega
As lembranças são como névoa que engole tudo em manhã cinza
E lembro que o melhor da febre continua sendo o delírio
Porém isso eu não aprendi contigo

Aprendi na vida, na rua, em risos escrachos
Conversas vazias, filosofias vãs
Nada volta atrás, e muito tempo já se foi
Nada foi tão presente na ausência. Sempre.
E o que tenho hoje é só essa febre de espasmos
E os delírios de bruma
Com os sonhos rasgados
De planos que a vida tratou de dissipar

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Droga!

Tu tava dormindo
Em algum lugar dentro de mim
Pq acordou???
Pq acordou hein?
Droga!
Que eu faço contigo agora?
Que não posso fazer nada!
Que já tinha te matado, te mandado embora, te esquecido
Eu que já nem acreditava mais que tu existia
Nem acreditava que tudo aquilo tivesse existido
Ouço All Star do Nando Reis
E canto Raul sem nem perceber

Sinais de que acordaste
Droga!
Vejo teu rosto e não posso tocar
Tenho teu telefone e não posso ligar
E me arrependo do que não fui
E tenho medo de jamais ter oportunidade de ser de novo
Pq a vida mudou e já nem parece aquela q a gente viveu

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Abrazos vacíos y un corazón roto

Abrazos vacíos
Y un corazón roto
(¡Ah mi cariño!)
Quiziera yo
Tener tus ojos
Pequeños
Mis pequeños ojos
(De ardor e súplicas)
Del deseo y sufrimiento
Pero no tengo ojos
Yo no veo
Ahora
Hoy yo no tengo ojos
Pequeños y verdes
Tengo el corazón que mismo roto late
Y abrazos de nadie
Por nadie
Para nadie
Sin salida
Sin razón

segunda-feira, 22 de março de 2010

A poesia da minha vida

Soneto Nº12
Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.

William Shakespeare

segunda-feira, 15 de março de 2010

Da dor

Olha bem, consegue ver?
Os meus pedaços por ai, e os remendos que tenho tentado fazer?
Consegue enxergar tudo isso?
Como as partes não se encontram mais!
E os meus pedaços se vão por aí entre as desilusões e o fingir que a rotina pede!
Consegue ver?
A raiva nos olhos de alguém que já chorou todas as lágrimas que podia nos últimos dias,

Meses

Anos

Raiva sim, pois os olhos secaram, já não brilham mais.
Não há nada mais triste do que olhos secos.
Consegue ver?
O brilho foi mais um, dos pedaços que ficaram por aí, por aqui, pelo caminho tantas e tantas vezes percorrido de ir e voltar.
Todos os dias são de não ser feliz, peito sangrando e grandes tormentas ao invés de pensamentos.
Revoltas entre sonhos enterrados e vontades inatingíveis.
Hoje o ideal era dormir pro amanhã não existir.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Descrições da moldura no quarto

Perder
a partida? o vestido? o compromisso? o telefone? o trem? o sono? tempo? o brinco? a confiança?

Brinco
de usar? de correr? de pular? de esconder? de achar? de fugir? de casinha?

Fuga
das galinhas? do amor? da noiva? do bandido? do amante? do menino? da mãe? dos sentidos? das palavras? dos sentimentos?

Palavras
que palavras? faladas? lidas? cantadas? blasfemadas? sussurradas? no papel? na discussão? no retrato? na esquina?

Retrato.
Em sépia. Olhos que te fitam e palavras sussuradas.
Antes brincávamos de fugir, agora perco o sono.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A trilha da viagem - Lo hecho esta hecho...

En la suite
Dieciseis
Lo que empieza no termina
Del mini bar al eden
En muy mala compania
Era ese sabor en tu piel
A azufre revuelto con miel
Asi que me llene de coraje y me fui a caminar por el lado salvaje
Pensé "no me mires asi"
Ya se lo que quieres de mi
Que no hay que ser vidente aquí
Para un mal como tu no hay cuerpo que aguante
Lo hecho está hecho,
Yo volvi a tropezar con la misma piedra que hubo siempre.
Se siente tan bien todo lo que hace mal
Y contigo nunca es suficiente.
¿Como fue?
¿Qué paso?
Esa noche (pudo ser)
Impaciente (pudo ser)
Fueron a llamarde la recepciónpor que se quejaban de la 17
No puede ser nada normal
Acabar eligiendo tan mal
En materia de hombres soy toda una experta siempre en repetir mis errores
No hay ceguera peor
Que no querer mirar
Cuando te guardabas el anillo dentro del bolsillo y dejarlo pasar
Nunca me senti tan fuera de lugar
Nunca tanto se escapo de mi control
Pero todo en este mundo es temporal
Tu eres tu y yo soy yo
Nunca me senti tan fuera de lugar
Nunca tanto se escapo de mi control
Pero todo en este mundo es temporal
En eso no decido yo

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Tempestade

Dias de tempestade me lembram muito a infância, e as confusões mentais que ocorriam comigo. É bem complexo pra uma criança entender as divisões geográficas, principalmente quando elas parecem bem diferentes da prática.

Desde bem pequenas as crianças aprendem na fronteira que quando as nuvens ficam negras pro lado do Uruguay é sinal de chuva, se tiver vento então, tempestade na certa. No inverno o vento que vem do Uruguay é sempre o mais frio, aquele que parece que não tem piedade e congela até a alma. Assim desde pequenos nos acustumamos a não esperar coisas muito boas do lado uruguayo, tanto que muitas vezes misturamos nosso sangue com o deles na criação da próxima geração. É como um desafio, só pra ver o que acontece. hehehehehe

Bom mas o caso é que era dificil mesmo de entender. Nos mapas das previsões do tempo que eu via na TV aparecia (se fosse brasileira) o Rio Grande do Sul, e parecia que a chuva cairia só no lado brasileiro, se estivesse vendo os canais uruguayos era o contrário. Lembro que na minha imaginação de criança havia algo muito estranho, como chuva de um lado da rua e sol do outro, pois afinal eram países diferentes!!!

Mas na prátia era bem diferente, como os países são separados por uma rua, pra mim (até hoje) é como se fosse uma cidade só, um país só, mesmo com as mudanças, de idioma, de moeda e de arquitetura. Afinal como dizer que a padaria onde eu comprava pão de manhã e a pracinha onde eu me divertia nas noites quentes da fronteira eram em outro país?
Não, não e não! Outro país é Argentina, Chile, Portugal, lugares onde chove lá e não chove aqui, onde se percorre uma distancia maior que algumas quadras para chegar.

O Uruguay é o quintal de casa. Que sempre me surpreendia com suas belas e fortes tempestades de céu negro, vento forte e muitos raios. Viração como se diz, e das melhores.
Hoje o céu escureceu por aqui, mas não tem o mesmo cheiro, o mesmo gosto, das tempestades daqueles dias na fronteira.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

NãO-pReSeNçA nÃo É aUsÊnCiA

Te olhando nos olhos seria a melhor maneira de dizer que estou aqui.
Mas não estás, não estamos.
A voz dos olhos é a melhor que existe, pois é muda de sons, e expressa tudo que os outros sentidos não dizem.
Mas não estás, não estou.
Ao teu lado.
Faltamos agora.
Eu faltei.
Não estou.
Então escrevo, que o meu abraço é teu abraço.
Meu colo é teu colo.
A minha atenção é tua.
E mesmo longe, ou ainda que não sejas completamente clara.
Tens sempre o meu esforço sincero.
Meu humor leonino.
Minhas melhores intenções para dividir o silêncio.
As melhores pretenções de compreender-te.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pra tudo tem uma primeira vez, até pra desistir.

Hoje eu desisti.
Pela primeira vez na vida desisti de alguma coisa.
Quando eu estava no segundo ano da faculdade, mesmo já tendo uma grande identificação com a Psico continuei o curso técnico Agrícola que havia começado, fiz um estágio excelente e tive grande produção científica na área.
Tudo porque não gosto de desistir.
Tenho medo de passar por coisas que já vivi antes e desistindo não se chega a lugar nenhum.

Mas hoje eu desisti.
Já tive trabalho bem mais pesado.
40 horas sem remuneração financeira. Mas grande aquisição de conhecimento.
Pra mim estava ótimo. Só saí quando acabou.

Esse trabalho não me fazia bem. Nunca gostei de trabalho alienado.
Precisava de dinheiro, fiquei.
Fui ficando, ficando, me sujeitando...
Hoje ainda preciso de dinheiro. Quando que estudante pobre não precisa de dinheiro?
Mas não dava mais. A minha dignidade falou mais alto.
Tremi, mas pedi demissão.
Na verdade não pedi. Entreguei as coisas e avisei que estava saindo.
Simples assim.
Segui a máxima: Não trabalho sob pressão. Na verdade até trabalho, desde que haja respeito.
Mesmo assim, posso dizer que é amargo o gosto de desistir.
Mexe com a minha vaidade (não aguento tudo, não posso tudo).
Não pelo trabalho que era, mas por desistir de alguma coisa já bem perto do final.
Quanto ao dinheiro...
VENDE-SE UM NETBOOK Acer NOVINHO hehehehehehe

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lembrete

Por favor, não esqueça.
Mas não esqueça nunca mesmo!
Em tudo sempre há dois lados.
Sempre há opção para quem quer vê-la.
Não diga que não pode mudar.
E o mais importante, jamais acredite que não há opção.
Sempre se pode escolher.

E isso não é auto-ajuda, é constatação baseada em vida real e obras artísticas

sábado, 16 de janeiro de 2010

Segundo Capítulo

Antes de escrever é necessário dizer que esta é uma estória(?) que não tem fim. Ou quem sabe tenha? De qualquer maneira, quando tiver ele não poderá ser narrado. Assim, ela demorará a ser resignificada dentro dos signos humanos, pois as sensações de um ser humano (seja ele de verdade ou de mentira) são muito maiores do que nossas meras codificações.


Já faz muito tempo daquele reencontro.
Eles se veem sempre e já não veem o mundo como antes.
Coisas estranhas lhes acontecem assim como a todos nós.
Ela chegou hoje, mas o deslocamento não foi cansativo.
Está acustumada após os dois anos de idas e vindas.
Sim já fazem dois anos.
Ele já não toca mais. Raramente o faz. Usa sapatos agora, e a maioria são da mesma cor.
As vezes brincam de casinha.
Ele trabalha, estuda e se acha gente grande, mas passa horas no telefone e é capaz de chorar copiosamente.
Quem não o é?
Ela é sempre ambigua e possessiva. Como se resolvesse. É compreensiva também, e os momentos não estão fáceis.
Se amam. Isso abrevia muita coisa (não esclarece na mesma proporção).
Agora estão em casa, ele toma banho enquanto ela observa a rua. Agora está cansada ...
Passadas algumas horas de sua chegada. Está realmente cansada.
Vão jantar. Um lugar simples nada de mais. Algumas cervejas, uma musica de ritmo familiar e o ar da noite de verão. Uma noite boa de se respirar, boa de sentir pelos poros do corpo.
É tarde, rumam de volta. Chegam sabendo que não vão ficar.
Se divertem a noite inteira. Dentro de quatro paredes, parecem crianças com suas raquetes competindo e rindo. Nenhum deles gosta de perder.
O ar frio da noite parece mais frio em corpos suados. Quem vê de fora, como nós, acha até engraçado, mas eles realmente não gostam de perder, essencialmete um para o outro.
Beijos, Squash, competição e risos. Um ritual excentrico para uma madrugada agradável.
A maioria não o faria, mas eles tem a vida inteira.
O dia nasce.
Banho e rua.
A praia é linda quando nasce o sol.
Na padaria um belo café. Na feira as melhores verduras escolhidas a quatro mãos.
Uma caminhadinha pra saudar o sol.
E como é bom dividir o sono quando todos acordam.